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Campus Party Brasil 2009

Ao contrário do ano passado, eu não acampei no maior evento nerd geek que já apareceu por essas bandas. Fui todos os dias (exceto no domingo, que até Deus descansou e não tinha mais nenhuma atividade campuseira), mas como já estou morando em Sampa, não havia justificativa para dormir mal, no chão do pavilhão.

O Campus Party foi realizado esse ano no Centro Imigrantes, na rodovia do mesmo nome, bem longe de onde moro, mas perto de Congonhas. O pavilhão é enorme, grande mesmo. Abrigou, com folga, as áreas Expo (aberta para visitantes), Arena (onde os inscritos podiam acessar a Internet e participar de palestras) e o Camping de concreto (onde as barracas estavam armadas, não no sentido literal). No entanto, enquanto o tamanho não era necessariamente um problema, a arquitetura se tornou a grande vilã do evento.

A estrutura fí­sica do Campus Party 2009

Nos dois primeiros dias, a ausência de ar condicionado (ao contrário da estrutura do ano passado) fez com que o clima esquentasse. Ao ponto do suor escorrer literalmente, e o local ficar insuportável em determinados momentos. Não vi gente sem camisa, talvez fosse proibido, mas tenho certeza de que a maioria gostaria de ficar nu mesmo. Após isso, grandes ventiladores foram instalados, mas o que resfriou mesmo o lugar foi o tempo que virou, fazendo um baita frio nos dias seguintes.

Barracas

O posicionamento das áreas de palestra também foi bem equivocado. Ano passado as áreas estavam em linha, o que fazia com que o som de uma palestra interferisse nas suas duas vizinhas, mas separadas da Arena por um vão e em alguns lugares uma mureta. O som das palestras chegava pouco no local onde os campuseiros usavam o computador. Esse ano a Arena foi cercada, em todos os lados, pelas áreas de palestras, que circundavam o pavilhão. Péssima idéia. Além de interferir nos vizinhos laterais, o som das palestras atravessava a Arena e atingia as outras áreas í  sua frente. Quem ficava no meio, era bombardeado por todas as áreas.

Os banheiros, bebedouros e até mesmo a enfermaria, eram de difí­cil acesso, ficando em pontos distantes e em número insuficiente para atender tanta gente (segundo a organização, mais de 6.000 pessoas acamparam no evento). Obviamente, um preço a se pagar (alto, podemos dizer) pelo tamanho do local escolhido e estrutura existente. Seria praticamente impossí­vel refrigerar o local.

A grade de programação

Muitas palmas ao pessoal! Centenas de palestras, debates, desconferências rolaram nessa semana de evento em todas as áreas, a grande maioria formada por gente muito boa e diversificada. Na área de blogs, por exemplo, veio gente do exterior (brasileiros e estrangeiros), celebridade blogosférica, celebridade de verdade, especialistas em Internet, comunicação, publicidade e claro, muitos blogueiros.

Uma das grandes atrações desse ano foi o Campus Labs, uma área criada para que startupeiros, inventores e investidores pudessem se encontrar, expor suas idéias, fazer contato e tentar viabilizar seus projetos. Algo como uma evolução do StartupCamp. De terça a sábado, diversos empreendedores tiveram a oportunidade de expor seu trabalho e é provável que vejamos os primeiros frutos já começarem a ser colhidos ainda esse ano.

Os contatos

O melhor do evento, sem sombra de dúvida. Rever os amigos, conhecer pessoas novas, interagir com seus leitores e usuários, fazer contatos com novos parceiros. O Campus Party deu espaço de sobra para isso acontecer. A oportunidade era essa, várias pessoas influentes de diversas áreas estavam ali, dispostas a interagir. Eu não puder ver todo mundo, alguns desencontros aconteceram, mas fiquei bem satisfeito com os contatos que fiz.

A parte ruim

Acho que se houve uma parte muito ruim nesse evento, podemos reduzí­-la a uma palavra: desrespeito. Houve muito desrespeito, em toda parte. Posso citar alguns:

  • Alguns sem-noção que estavam com megafones gritando no meio da Arena, enquanto palestras estavam ocorrendo. Contei pelo menos duas pessoas com megafone no local. Estava barulho, faziam ainda mais.
  • Um outro sem-noção (de educação materna, provavelmente) bolinou de forma ofensiva uma das coelhinhas que estavam no evento, já no penúltimo dia. Engraçado que elas ficaram o tempo todo na área aberta e gratuita e não sofreram tal abuso, já na área de campuseiros … Tudo bem que foi apenas UM bocó, mas pegou mal pra todo mundo.
  • Mais um sem-noção tentou desligar os equipamentos de som enquanto um músico se apresentava na Arena, alegando se sentir ofendido com a letra da música. Gerou bate-boca, xingamentos, ameaças e um mal estar desnecessário.
  • Dois “amigos” saí­ram na porrada porque um deles beijou a namorada do outro. Desrespeito triplo.

Chega, né? Espero que as boas coisas desse ano se repitam nos próximos e os organizadores consigam evitar que as coisas ruins voltem a acontecer em novas edições.

PS: As fotos que ilustram esse texto foram tiradas por mim e estão disponí­veis no Flickr.

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