Nos últimos dias temos acompanhado alguns lançamentos da Rede Globo “inspiradas” no que convencionamos chamar de Web 2.0. Primeiro foi uma mudança radical em seu layout da home, simplificando (até demais) tudo, tornando extremamente leve, usando DIVs ao invés de tabelas (o que não significa exatamente seguir os padrões web), usando tags e outros elementos vistos em blogs e serviços dessa geração. Simplificou demais, acabou ficando pobre, sem graça.
Na sequência, foi lançado o Bloglog (Que poderia se chamar Globolog ou Glob, hã?) – um serviço que agrega blogs de globais e outros famosos, que em sua grande maioria nunca tinha visto um blog na vida. Dá pra ver por exemplo, o blog da Fani do BBB, da Ana Maria Braga e da Angélica. A iniciativa é até bacana, quem sabe isso seja um caminho para a popularização dos blogs. Hummm não, acho que não. Quem vai ler blog de artista, a não ser os adolescentes?
Por último (quer dizer, até agora) e não menos gerador de buzz, o BBB8 – Big Brother Brasil 8 – está fazendo sua seleção em parceria com o site de relacionamentos 8P (meio que um Orkut brasileiro mais bonitinho). Os participantes criam o seu perfil, adicionam fotos, vídeos, criam comunidades, adicionam amigos, etc e são votados e rotulados pelos visitantes (“Delícia“, “Pra Casar“, “Bizarro“, etc). O detalhe é que no rodapé tem uma mensagenzinha bem direta: os votos agregados pelos perfis não implicam na seleção do candidato. Ora, isso é óbvio! Ou alguém achou que a Globo iria organizar um projeto realmente colaborativo e deixar que as pessoas escolhessem seus candidatos, independente das questões cosméticas, sociais, psicológicas (ou psicopáticas) que a Globo pondera em cada candidato a 1 milhão de reais?
Não. A Globo não entendeu a “segunda onda“, a Web 2.0, o colaborativismo. Da mesma forma que alguns sites de notícia também não entenderam – embora alguns achem uma maravilha terem adicionado comentários (moderados) e tags. Grande coisa! O que essas empresas estão fazendo é adequar o seu formato para algo que seja mais parecido com o que é consumido hoje na Internet. Só isso. Estratégia mercadológica.
Isso é ruim? Não! Sempre haverá espaço para grandes e pequenos produtores de conteúdo, sempre haverá espaço para produção colaborativa e sempre haverá público para todos os tipos. O importante é saber identificar quando algo ou alguém quer te enganar, fazendo-se passar pelo que não é, oferecendo um produto que não está entregando, em troca da sua atenção. Usuário não é trouxa.
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