"James Kudo utiliza-se com freqüência de materiais e ícones relativos a uma espécie de falsificação industrializada dos elementos naturais. Assim, vemos veios de madeira plagiados por adesivos, padronagens características das estamparias de embalagens plásticas, de papeis de presente. Com isso, a natureza, na produção do artista, é para sempre camuflada, interpretada por signos superficiais, por imagens de segunda geração, por efeitos advindos da digitalização, do mascaramento, de modulações. Simulacros. Aqui, nos aproximamos da colagem que tem, segundo Rosalind Krauss, desde o inicio do século XX, trazido para arte "o jogo semântico" e o "caráter aéreo" da representação. Mas, como o paradoxo precisa existir para a arte acontecer, James Kudo tem na fatura dos trabalhos o gesto direto da pintura. Seja no pincel, no lápis ou no estilete, Kudo esboça pouco e aceita a interpretação direta da gestualidade manual. Talvez, aqui, se explique o vínculo estranhamente expressivo que ameaça as imagens claramente geométricas, modulares, ilusórias, levianas, banais. Há um recorrente nomadismo, na produção de James Kudo, entre a plasticidade falseada, o kitsch, a superfície brilhante e o fazer direto do desenho e da pintura expressiva. A subjetividade, nos afirma Guatari, "entrou no reino de um nomadismo generalizado". Para dar conta desta intrincada rede de informações, o artista apresenta-nos uma nova possibilidade diante da tão estudada planaridade da pintura moderna. James Kudo pensa interfaces. Signos superpostos, composições semânticas, matizes diferenciados, vibrações, integrações e desintegrações. As informações se organizam num espaço aéreo, tangenciando o bidimensional e o tridimensional. Ora as imagens são detalhadas, ora se liquefazem." Marcelo Campos

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Imagens Meramente Ilustrativas.

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