Assinado por um dos maiores nomes da moderna literatura japonesa, este romance foi também aclamado pela crítica ocidental, que o classificou como um poderoso conto de terror nos moldes dos clássicos góticos. Isaku, de nove anos, vive precariamente numa aldeia na costa do Japão medieval. Os aldeões tiram seu sustento da pesca e do sal que destilam em grandes caldeirões. A manufatura do sal tem, porém, uma utilidade oculta: à noite, as chamas das fogueiras atraem os barcos que passam pela costa, fazendo-os bater contra os recifes. Os aldeões alcançam a embarcação e a saqueiam, trucidando a tripulação. É por meio do olhar do pequeno Isaku que o leitor acompanha esse cotidiano em que miséria, crueldade e solidariedade se mesclam estranhamente. E é por meio desse olhar ingênuo e assombrado que testemunhamos a tragédia que se abate sobre a aldeia quando surge no horizonte um pequeno barco com uma carga de inimaginável terror, destruição e morte.