Quando foi lançado na Inglaterra, em 1982, O livro das frutas recebeu prêmios importantes no campo da culinária. A autora, Jane Grigson, já era famosa pelo seu estilo fino de escrever e por ser uma excelente companheira na cozinha. O livro, como sugere o título, é uma visita guiada a um pomar, a uma feira ou mesmo às gôndolas de um supermercado. Cada fruta é experimentada de diferentes maneiras: ao natural, como ingrediente de pratos salgados, em forma de doces, compotas, geléias, etc. A autora apresenta as receitas com um didatismo elegante e generoso, preocupada em não deixar dúvidas de que será um prazer comer esta ou aquela fruta do modo como ela sugere. A organização em ordem alfabética, assim como um índice remissivo detalhado, ajudam o leitor nas suas descobertas e escolhas. Mas Jane Grigson, como a maioria das pessoas apaixonadas pela boa cozinha, parece só compreender as frutas - ou as carnes, os temperos, os peixes... - se eles tiverem uma "biografia", uma história, um contexto qualquer que os torne eloqüentes e não apenas saborosos. Por esse caminho, conhecemos, por exemplo, frutas que vêm sendo apreciadas há milhares de anos, enquanto outras só recentemente se incorporaram ao nosso cotidiano. O que não muda é o fato de todas ganharem para nós uma importância nova e deliciosa.