A autora proporciona aos estudiosos da universidade e aos leitores preocupados com os efeitos da globalização na reestruturação das instituições públicas o acesso a uma obra que procurou desvendar as tendências políticas em conflagração no interior da UNICAMP, em especial quando se trata do delicado tema referente à relação da academia com o mercado. Este livro enfoca o nexo da UNICAMP com as empresas privadas a partir dos seguintes prismas - a relação público-privado, a produção-apropriação do conhecimento acadêmico e o financiamento-autonomia da pesquisa. Essas perspectivas são conectadas a partir de uma análise histórica da relação universidade-empresa e das políticas públicas para o setor. A análise converge para a polêmica noção de universalidade globalizada, seus defensores e seus inimigos. É nesta altura que a prática do acadêmico torna-se também objeto de reflexão. A autora mostra a tensão entre os ideais de universidade pública e seus nexos com a comunidade, e como isso se retrata na prática acadêmica. Numa perspectiva gramsciana, ela apresenta o confronto ideológico entre os cientistas com vocação para a vida empresarial e os intelectuais orgânicos afeiçoados ao combate político e à luta por uma universidade comprometida com os segmentos empobrecidos da sociedade.