Internet

Digg sofre ataque. Liberdade ou intolerância?


Nas últimas 48 horas o site que criou o termo “social bookmarking”, Digg.com, foi cenário de uma revolução. Após ter removido um artigo que revelava a criptografia do HD [BP]DVD[/BP] por solicitação extra-judicial, houve uma reação imediata por parte dos usuários, que consideraram o ato uma infração í  democracia e liberdade da informação. Surgiram então centenas de artigos com o mesmo teor, que invadiram as páginas do Digg.

Jay Adelson, CEO do Digg, postou uma nota no blog oficial da empresa que de nada adiantou, pelo contrário. A multidão enfurecida parece ter se inflamado ainda mais com a nota. Apesar do esforço da equipe em apagar os artigos e comentários relacionados, não foi possí­vel conter o movimento. Foi então que o co-fundador do Digg, Kevin Rose, enviou a seguinte nota ao blog:

But now, after seeing hundreds of stories and reading thousands of comments, you’ve made it clear. You’d rather see Digg go down fighting than bow down to a bigger company. We hear you, and effective immediately we won’t delete stories or comments containing the code and will deal with whatever the consequences might be.

If we lose, then what the hell, at least we died trying.
Kevin Rose, co-fundador do Digg.com

Ao jogar a toalha, afirmando que o Digg é democrático e iria acatar a decisão de seu público, não apagando mais nenhum comentário e assumindo as consequências, Rose deixou bem claro que se o Digg perdesse essa disputa judicialmente, perderia toda a comunidade, pois o site provavelmente deixaria de existir. Foi o bastante para acalmar as pessoas, que aos poucos foram cessando o ataque.

Isso nos leva a questionar até que ponto um site “social” ou “colaborativo” deve ser responsável judicialmente pelo conteúdo enviado. Mais que isso, sendo responsabilizado, até onde pode-se ir na moderação do conteúdo e comentários. Qual a melhor postura a ser adotada?

Obviamente num modelo como esses, quem faz o conteúdo é o próprio usuário, mas isso não o torna proprietário ou acionista da empresa que o mantém. Seus cliques nas publicidades podem ajudar a mantê-lo, mas isso não o faz responsável por suas atitudes ou conteúdo exposto no [BP]site[/BP]. Esses são os donos, os representantes da empresa, aqueles que ganham o dinheiro gerado mas também assumem judicialmente e economicamente qualquer prejuí­zo causado pelos seus usuários.

Essa reação me fez pensar muito no mercado brasileiro. Somos um povo que se inflama fácil, embora não façamos passeatas como fazem os estadunidenses (todos os dias tem uma passeata por um motivo qualquer nos EUA), na Internet somos todos caras-pintadas. Fazemos barulho, boicotes, enviamos e-mails de repúdio. Tudo isso online. Uma revolução como essa no Brasil levaria o Rec6 ou o Linkk í  falência? Os usuários deixariam de frequentá-lo? Qual o limite do respeito, da liberdade e da intolerância em [BP]redes sociais[/BP]?

Convido-os a comentarem sobre o assunto.

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