Depois de fazer essa afirmação em diversos “guetos” da blogosfera (listas, Twitter, encontros pessoais, eventos), venho ao blog publicar uma concatenação de pensamentos que me levam a crer nisso e tentar expor da melhor forma, para quem é blogueiro, pretende fazer dele um negócio e viver disso, ou quem está pensando em criar um blog para ganhar dinheiro e acha que é moleza.
O que é Google AdSense – Breve introdução
Só para ter a certeza de que me explico, AdSense é o programa de comissionamento por exibição de anúncios, criado pelo Google, através do programa AdWords. Um anunciante cria uma campanha no AdWords e de acordo com suas palavras-chave definidas, eles são exibidos nos sites parceiros (em sua maioria blogs). Se algum visitante clica num anúncio desses, o Google ganha uma graninha e compartilha um pedacinho dela com o editor do blog. Existem anúncios que pagam por clique, outros por exibição e outros por ação (efetuar um download, por exemplo).
Acontece que hoje existem milhares de sites em todo o mundo que têm sua principal fonte de renda baseada no AdSense, e por isso, escrevem seu conteúdo com a perspicácia necessária para inserir palavras que sejam bem indexadas, para que seu blog tenha muita visitação, aumentando a probabilidade de um clique. Quem abusa desse recurso, escrevendo principalmente sobre “assuntos da moda”, “populares” ou como chamamos “hypes” (por exemplo, o acidente da TAM em Congonhas, os Rebeldes, as várias capas de revistas masculinas, etc), são os chamados blogs caça-para-quedistas – e os para-quedistas, por sua vez, são as pessoas que “caem” em nossos blogs procurando por algo e geralmente não encontram, clicando no primeiro link em seguida para sair do blog.
O que está por vir
Não é surpresa para ninguém que os blogs estão ganhando – em muito – dos portais e sites de notícias em geral no quesito SEO. Isso faz com que, cada vez mais, a primeira página do Google esteja preenchida somente com blogs para qualquer palavra buscada. Como a grande maioria dos termos buscados é puro “hype” e quem busca por esses assuntos não “consome”, apenas sai clicando, como um bando de gafanhotos, os anúncios exibidos nessas páginas são contabilizados para o anunciante e para o editor, mas não geram resultado. Como essa tendência é crescente, logo os anunciantes vão ficar insatisfeitos com o modelo “pago por clique” ou “pago por exibição” e reclamar – ou parar de anunciar nesses modelos.
O Google, procurando não perder sua fonte de renda, vai encontrar soluções, que podem ser simples como direcionar os clientes para o “pago por ação” ou mais complexas como criar filtros que irão detonar os tais “blogs caça-para-quedistas” de seus resultados de busca.
Claro que um filtro como esse não é coisa rápida de se fazer, exige tempo, testes, confirmações manuais, até conseguirem ajustar bastante e deixar rodar no automático (não é complicado estabelecer padrões, basta ver o anti-spam do Gmail que funciona muito bem). Se perceberem, verão que alguns ajustes finos já estão sendo feitos e testados. O próprio hype da TAM foi corrigido em cerca de 24 horas, e os posts que falavam do assunto começaram a exibir anúncios grátis como “qual o ponto mais alto do planeta?”.
O modelo de negócios tem que ser sustentável
Os blogueiros com mais de 6 meses de blog se lembram da mudança do Buscapé, que pagava pelo segundo clique (independente de qual fosse) e começou a pagar pelo “clique-loja”, pois havia muito “clique de baixa qualidade” ocorrendo. O Buscapé pagava aos editores pelo que não convertia, nem em clique do anunciante, nem em vendas.
No atual modelo de anúncios do Google, obviamente eles não pagam por cliques não convertidos em visitas aos anunciantes, muito menos por cliques inválidos (como robôs, ou múltiplos cliques de uma mesma máquina), mas com a quantidade de visitas que não geram retorno, os anunciantes vão despertar para o problema e o Google vai culpar os blogs para-quedas.
Essa não é uma realidade para amanhã ou daqui 6 meses, mas se blogueiros quiserem continuar ganhando dinheiro com anúncios, ajudam a melhorar o ambiente – não apoiando nem mantendo blogs para-quedas – ou começam a vislumbrar outras fontes de receitas, como anúncios diretos, posts patrocinados, campanhas em conjunto com clientes / agências, rede de anunciantes, etc.
Que tal as duas coisas?