Conhecida por questionar a idéia de que o amor materno é inato com Um amor conquistado - o mito do amor materno, livro que causa polêmica há mais de vinte anos, Elizabeth Badinter faz em RUMO EQUIVOCADO uma crítica aos destinos assumidos pelo movimento feminista. A intelectual francesa ainda se considera uma seguidora de Simone de Beauvoir. Mas não uma feminista tradicional. Para ela, suas críticas ao movimento também não a colocam no campo antifeminista. É apenas uma mulher que ainda defende com ardência suas idéias. Segundo a autora, no lugar do feminismo, instaurou-se uma cruel guerra dos sexos, que coloca a mulher como vítima do homem, quando o que realmente vem acontecendo é uma violência contra os homens. Parece que se perdeu de vista que a estratégia fundamental do movimento era a igualdade. As filhas da geração feminista se questionam se a luta da geração anterior valeu a pena. Ao mesmo tempo em que ganharam a pílula anticoncepcional e o direito ao aborto, precisam enfrentar uma dupla jornada de trabalho, fora e dentro de casa. Essas mulheres culpam e se recusam a repetir o papel de suas mães. E assim assistimos hoje a uma regressão inesperada da figura da mulher ao modelo tradicional da maternidade e a hipócrita pureza erótica. Badinter mostra que a mulher não pode cair na armadilha dessa nova ordem moral, sob pena de perder sua liberdade, refrear o avanço para a igualdade e reatar os laços com o separatismo. RUMO EQUIVOCADO, corajoso por sua audácia, propõe uma discussão sobre os verdadeiros progressos obtidos pela mulher nos últimos 15 anos e levanta questões como o que a mulher de fato ganhou com o feminismo e se o discurso feminista midiatizado de hoje reflete as preocupações da maioria das mulheres. Um livro polêmico e esclarecedor que faz parte da Coleção Sujeito e História, coordenada por Joel Birman.