Livro - Sexo e a Mulher Madura, O

Elas já passaram pela fase em que é preciso equilibrar casamento, carreira e filhos. Muitas se divorciaram, outras tantas continuam casadas. A maioria já criou sua prole e possui estabilidade financeira suficiente para andar com as próprias pernas. São as mulheres de cinqüenta e poucos anos, que têm como maior tesouro a maturidade conquistada após décadas de experiências. Em O sexo e a mulher madura, a escritora norte-americana Gail Sheehy, autora do bestseller A passagem silenciosa, mostra que é possível ter prazer mesmo depois da menopausa.

Gail Sheehy cruzou os Estados Unidos entrevistando dezenas de mulheres, com idade entre 40 e 90 anos, para saber o que elas pensam sobre sexo, namoro, sonhos, divórcio, crescimento espiritual e novos relacionamentos depois dos 50. E descobriu que elas estão mais do que dispostas a colocar por terra os papéis estereotipados da mulher de meia-idade e usar os anos de experiência a seu favor.

No livro, Sheehy mostra que, para que o sexo possa existir na vida de uma mulher madura, é necessário que ela encare a menopausa não como um fim, mas como uma possibilidade de mudanças profundas. A autora demonstra que a atividade sexual é apenas um dos prazeres que pode ser reativado na maturidade, assim como a retomada dos estudos, a criação de uma empresa, uma atividade criativa, a paixão por um hobby. "Na verdade, a época ideal para as mulheres detonarem revoluções pessoais ? de natureza sexual, emocional, espiritual ? é depois dos 50, e essas revoluções podem ser realizadas dentro ou fora de um casamento", afirma a autora.

Sheehy teve uma autorização especial para contatar mulheres cadastradas no Third Age, um website de marketing com mais de um milhão e meio de membros, e ainda recebeu "uma enorme quantidade de mensagens provenientes dos quatro cantos do país" no seu próprio site. Das mulheres maduras dos 40 aos 80 anos, nas grandes cidades e no meio rural dos Estados Unidos, a autora ouviu como um refrão comum o fato de que, em algum momento da vida próximo ao cinqüentenário, elas são surpreendidas pela constatação de que não têm um novo sonho.

O objetivo da autora é convencer a mulher madura de que é válido o esforço de buscar uma vida mais intensa, apesar dos equívocos, dos temores e das inevitáveis decepções. As experiências narradas no livro são exemplos de reformulações de casamentos estagnados, rompimentos de relações desgastadas, aberturas para novas experiências. Nestes percursos, há mulheres que se deparam com a rejeição quando são abandonadas depois do estágio idílico de um novo romance. Outras enfrentam o preconceito quando rompem com os estereótipos da mulher mais velha, invisível e assexuada. Há as que visualizam as vantagens em encerrar um casamento ruim e se dar uma segunda chance, e as que conseguem chegar a um modelo de casamento que associe o prazer sexual maduro a uma profunda amizade.

Com os avanços da medicina, alimentos mais saudáveis, exercícios físicos disseminados, uma mulher de 60/70 anos tem, hoje, uma aparência muito diferente daquela que retratam nossas avós, gordas, de cabelos presos em coques e profundas rugas. Atingir os 90 anos, com saúde, é uma realidade que traz em seu bojo a preocupação de que esta longa vida não seja um fardo, mas sim uma experiência rica intelectual, emocional, física e espiritualmente. Ao longo das 400 páginas deste lançamento da Editora Rocco, o leitor acompanhará com interesse os relatos dessas mulheres maduras que souberam correr riscos, perseguir sonhos e restaurar vidas.