Saberes brasileiros é uma coletânea organizada por Geraldo Pieroni e Cláudio DeNipoti (ambos doutores em História e professores da Universidade de Tuiuti, no Paraná) que consiste em oito ensaios inéditos assinados por grandes pensadores brasileiros.
O livro é o resultado de um longo trabalho de reflexão coletiva, girando em torno dos complexos e fascinantes processos de formação das identidades de um país com uma diversidade sociocultural tão acentuada quanto o Brasil. Através de textos originais e investigativos, os autores procuraram desvendar os inúmeros caminhos que foram trilhados para dar origem a uma nação que se divide entre a miséria do sertão e os condomínios de alto luxo.
Fundamentado em pesquisas acadêmicas, o livro traça uma análise histórica das diferentes construções de identidades no Brasil. Mas Saberes brasileiros mostra que não há como se aprofundar nesse tema sem se referir às artes e ao pensamento social. A literatura, a música e a filosofia são representações fundamentais, tanto para manifestar a identidade de um povo quanto para fazer com que ela esteja em constante formação.
Os textos aparecem divididos em duas partes. A primeira (Gênero e imigração) aborda uma definição de identidade voltada a questões de gênero e de imigração. Os temas incluem a história das mulheres portuguesas tidas como hereges e condenadas a degredo no Brasil Colônia, a relação entre memória e escola (usando como fonte de estudo o Colégio Santa Maria, em Curitiba), o papel da imigrante feminina na conservação das tradições européias e o abismo cultural enfrentado pelos japoneses fixados no Brasil.
A segunda parte (Identidades nacionais), por sua vez, manifesta pensamentos relacionados à construção das identidades nacionais a partir de perspectivas das diferentes elites brasileiras ao decorrer do tempo. Os ensaios incluem um profundo exame das principais instituições de ensino de filosofia no país, um estudo sobre as bibliotecas e periódicos brasileiros a partir do século XVIII, uma leitura de duas obras de Mário de Andrade (Macunaíma e O turista aprendiz) e uma análise das mudanças sociais surgidas a partir da crise do segundo governo de Getúlio Vargas.