O obstetra Dr. Lee é preso sob acusação de assassinato de uma jovem universitária, filha de J. D. Randall, um dos mais influentes e consagrados médicos da cidade, professor e dono de hospital. O crime teria ocorrido por inépcia, numa cirurgia ilegal de aborto. A classe médica sabia que os abortos eram praticados por Lee, mas sua competência nunca tinha sido posta à prova, dado o extremo cuidado com que executava as intervenções cirúrgicas. Desta vez, entretanto, havia pessoas com poder por trás do que parecia ser um acidente e que, no entanto, a cada dia se configurava como crime e escândalo. O patologista Dr. John Berry, um dos melhores amigos de Lee, não se convence da culpa do colega e parte para uma investigação pessoal, que visa barrar a intensa campanha negativa que se abate ferozmente sobre o obstetra, ameaçando sua carreira, prestígio e família. O esforço e a dedicação na busca por vestígios revelam contradições, mentiras, situações forjadas, evidências, testemunhos "fabricados" e várias pistas de uma intrincada e cruel conspiração. No bojo do relato de Dr. Berry, impecável em seu conteúdo de suspense, a sua atividade detetivesca vai se entrelaçando nos minuciosos detalhes da atividade médica, com análises laboriosas de cunho ético-profissional, na solidariedade que envolve a classe, nos preconceitos sociais e religiosos e nos enfoques sobre o aborto ? por quem o sofre, quem o faz e quem o julga ? num duelo de razões e justificativas, realidades e interpretações.