Nenhum dos amigos de Molly estava matriculado na Universidade de Salem e ela se sentia completamente perdida naquele oceano de gente desconhecida. Jamais faria amigos íntimos, tinha certeza. Havia tanta gente. Quem iria reparar em alguém tão comum. Mas Norman reparou. Aquele cara magrelo - justamente ele - que andava pelo campus como um pregador seguido por um bando de pessoas, convidou-a para uma reunião do grupo que liderava. Uma cerimônia de iniciação.
Ela não estava pronta para ser iniciada em uma irmandade da qual sabia tão pouco. Mas os esclarecimentos chegaram. Bem mais cedo, aliás, do que se poderia imaginar. Molly desejou não estar ali. Não conseguiria conviver com aquele grupo para quem ser bem sucedido era um crime, uma ofensa mortal.
Preferiu aceitar a indicação da professora de inglês para trabalhar na revista da universidade. Fazer parte da equipe de uma publicação prestigiada, com muitos prêmios literários, ser uma escritora, conviver com gente interessante... isso sim era um grande prazer. Finalmente seria alguém. Como as coisas poderiam mudar tanto em tão pouco tempo! Estava tão feliz que nem parou para pensar nas consequências. Norman jamais aceitaria. Ninguém abandonava o grupo, assim, sem mais nem menos. Ninguém. A não ser que resolvesse assinar uma sentença de morte.
Coisas estranhas começaram a acontecer. Não pareciam trotes ou simples brincadeiras. A sensação arrepiante de estar sendo observada por olhos escondidos e misteriosos fez com que Molly começasse a entrar em pânico. Foi então que descobriu o quanto teria que lutar calada. Ou seria algo ainda pior?