A senhorita Caveiro, a professora substituta de Zac, não tinha rosto. Só duas manchas escuras onde deveriam estar os olhos. Também pairava um pouco acima do chão. O rosto enrugado era quase tão branco quanto as suas roupas. Devia ter uns cem anos. Mas os alunos pareciam não ligar. Ticiana, por exemplo, achava que ela deveria ser presa pela polícia de modas por causa das roupas ridículas que usava. Já Márcia apostava na nova professora pela facilidade que tinha para ajudar os alunos a memorizarem as regras de ortografia. Cristiano concordava com as amigas. Mas por que só Zac parecia tão assustado com ela? Zac estava certo disso. A professora substituta era um fantasma. Um fantasma! Tinha visto as mãos dela sem as luvas brancas. Não havia pele nos dedos. Só ossos, como um esqueleto. Ele até tentou, mas foi inútil convencer seus colegas de turma. Ninguém estava disposto a escutá-lo. Era dia das bruxas e Zac sabia que corria perigo. A senhorita Caveiro parecia ter um plano sinistro para ele. Planos macabros que incluíam uma parceria eterna no cemitério da Rua do Medo. Era preciso se livrar da senhorita Caveiro logo, mas Zac nem sabia por onde começar.