Lúcido, torrencial, combativo e sensual. Neste livro, até então inédito, Pablo Neruda prologa sua própria literatura, assim como a literatura alheia. Com o mesmo ímpeto e surpreendente beleza que encontramos em sua poesia, sua prosa exuberante nos fala tanto de Anatole France e Vicente Huidobro, como de escritores desconhecidos, cujas obras ele nos instiga a conhecer. Em Prólogos, Neruda comenta o processo de criação de Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada assim como de outros livros seus, revisitados com uma nostalgia que nos cativa. Também encontramos um Pablo Neruda comprometido com o público, crítico inexorável das injustiças praticadas ao longo do século XX. Mas o que importa, sobretudo, é a voz encantadora do autor de Canto Geral, que eleva o prólogo a uma dimensão lírica poucas vezes alcançada, transformando cada texto em um verdadeiro poema, projetando sobre o papel o complicado jogo de luzes e sombras da literatura.

Imagem Meramente Ilustrativa.