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AS TOCANTINAS POESIA: Edição do Autor
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AS TOCANTINAS POESIA: Edição do Autor
As Tocantinasreúne cem poemas escritos nos últimos quinze anos. É mais um capítulo da poesia de Célio Pedreira, que publicou, em 2002, a primeira obra poética. Essa nova coleção de poemas traz a quietude de uma chaleira sobre o fogão à lenha esquentando água para o café. “Arrancho”, poema que inaugura o livro, marca um tom que perpassa toda a obra, o de um otimismo brejeiro, quase triste, que aprecia o invisível e encontra no prosaico matéria de poesia. O tempo diurno, emaranhado de afazeres comuns como cozer, ouvir um passarinho distante, amanhecer ou parir, nos convida a trazer o dia para dentro e levar a vida para fora. São nesses poemas solares, como “Meninos na Ponta da Rua”, que encontramos velhos amigos e observadores silenciosos: “Rebocos assistem a rua/sovinando cores/e tontos de luz”.Os poemas de As Tocantinas falam sobre a gente de um lugar, sobre paisagens suspensas no tempo de antes e sobre as rachaduras da alma. As fotografias imaginárias são tiradas nos interiores do mapa e do homem. A obra segue como o curso de um rio extinto e nela aprendemos que vigiar o entardecer vermelho é a sina do canoeiro. O sertão provido de primavera que aparece em “Goiaba no quintal alheiro”, “Malícias” e “Jazzmin” contrasta com as agruras de um cerrado seco no vento e no intento de ser humano: “Vem aroeira/que o machado cega/é no cerne da gente”. O luar abriga uma série de poemas azuis, quando o dia, partindo, começa a gemer e inventa de ir buscar sorriso em pedra. Em “Escavações”, são os ossos que encontram a memória dilapidada pela ausência que insiste em sobreviver ao fogo da estiagem. Na boca da noite, os versos-breu contam sobre o vaqueiro tangendo boi e outros cantos de dor. Avesso ao ávido, lento, o luto atua em “Aprender a morrer” e “De um tempo onde serão necessárias as cinzas”. Mas a lamparina sobre a mesa e as contas do rosário acendem a madrugada até desembocar nas manhãs. Uma alegria antiga vem passear em “Receita de mãe” e inscreve traços de esperança em “Rapadura”: “Essas mãos atando linhas de horizontes/sossegam um tecer de dores idas/para indagar doces esperas”.
Escrita sob a sombra de um cajueiro, As Tocantinas compõe um inventário de imagens sobre a paciência. São poemas para ouvir o lamento das margens submersas do Rio Tocantins, por isso também são poemas sobre onde as coisas dormem, talvez, “para ver como acordam”.
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