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Livro - Brincadeira E Cultura, V.2
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Brincar, é preciso? Sim, mas por quê? Brincar é preciso porque é humano, para ser humano. Suas conseqüências funcionais no desenvolvimento de um adulto ?competente?, já amplamente pesquisadas e demonstradas pela literatura da área, não justificam por si mesmas a necessidade do brincar. Como atividade espontânea e auto-motivada, brincar é uma parte fundamental de nossa herança como espécie, um componente de nosso bem estar cotidiano, uma forma de conhecermos e nos relacionarmos com o mundo a cada dia.
O discurso pedagógico contemporâneo assimilou o brincar como atividade relevante para o desenvolvimento e supostamente lhe criou um espaço nas instituições educacionais ? mas sua concepção sobre o que é brincar é um grande equÃvoco. A educação procura apropriar-se do lúdico como instrumento de aprendizagem, estruturando-o, regrando-o, delimitando seus espaços e até horários em função de supostos objetivos pedagógicos. Ora, a essência do brincar é a espontaneidade, o desejo, o não ter hora marcada nem programa definido. Brincar não tem objetivo ? seja pedagógico ou qualquer outro. ?Brinquedo educativo? não é brinquedo: é material pedagógico, projetado e construÃdo em função de objetivos educacionais pré-definidos ? o que não desmerece esse objeto ou seus fins, mas o coloca no real espaço que ocupa no mundo infantil, e que não é necessariamente o espaço da ludicidade. Brinquedo pode ser qualquer coisa, como se evidencia repetidamente ao longo dos capÃtulos deste livro: um pedaço de pau que representa um boneco, uma espada ou um cavalo; uma folha que serve de recipiente; uma garrafa de plástico que se torna o pique numa brincadeira de pega-pega; o pedaço de pano que se torna o teto de uma casinha. Objetos são instituÃdos como brinquedos pela motivação e pela ação da criança ? ou do adulto que ainda brinca.
Brincar, é preciso. Será que sabemos o que é brincar? A única forma de descobrir é olhar as crianças brincando. Não há maneira, a não ser através da observação, de formar um educador que compreenda a ludicidade e a incorpore à sua prática. É esse exercÃcio do olhar que, muito além do discurso, permitirá ao educador compreender que brincar é conhecer; acreditar que a criança é naturalmente aprendiz; assumir sua função de propiciador e parceiro, e não de mentor da brincadeira; ter a coragem de deixar a criança brincar em paz.
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