O Círculo Vermelho: O ladrão Corey (Delon) é libertado da prisão, no mesmo dia em que o assassino Vogel (Volonté) escapa do comissário Mattei (Bourvil), que o levava sob custódia para a penitenciária. Os destinos de Corey e Vogel se cruzam para assaltarem, junto com o ex-policial Jansen (Montand), uma joalheria. No entanto, o assalto é dificultado por Rico (Ekyan), antigo chefe de Corey que deseja vingança, e por Mattei, que na caça de seu prisioneiro força o escroque Santi (Périer) a delatar os ladrões." Esta é a trama de O Círculo Vermelho (1970), com a qual Jean-Pierre Melville, faz uso do thriller para revelar a imensa ambigüidade moral do homem e da sociedade. Neste thriller clássico, há a dicotomia do bem contra o mal: os crimes cometidos pelo vilão, que trazem o caos ao mundo, devem ser solucionados pelo herói, a fim de que a ordem retorne à sociedade. Mesmo que o vilão, na maioria das vezes, seja apresentado como uma figura atraente e sedutora, trata-se de recurso narrativo para forçar a identificação do espectador com o mal e, desse modo, amplificar o impacto tranqüilizador da volta à normalidade proporcionada pelo herói. Obra-prima imprescindível. A Piscina: Este é o filme de maior sucesso de Delon, embora para os críticos não seja o seu melhor. Nessa altura os eternos namorados, Romy Schneider e Alain Delon já tinham acabado a sua tórrida relação de cinco anos. Estreou em 69, e a história, é uma tragédia, na verdade, vestida de romance, com aquele jeito francês de encarar amor e dor, sobre um triângulo amoroso: Romy amava Delon e vice-versa, mas, um dia, resolvem tirar uns dias em Saint Tropez, numa casa chiquérrima, com a tal piscina, e aparece quem: um ex da mocinha. Aí, desenvolve-se a ação que leva ao assassinato, na tal piscina, do concorrente por Delon. A cirúrgica direção é do Jacques Deray, condensando ritmo, fluido emotivo, com planos de uma estranha e pertubadora magia. Indispensável aos que curtem o cinema francês. O Cigano: Quando o detetive Choucras, começa a investigar o desaparecimento de uma menina cega, se depara com uma série de crimes. Apesar de uma boa porção de extrema violência (tiroteios fortes, socos, estupro de um dos personagens principais), há uma dose surpreendente de humor neste filme. O grande astro francês, além de protagonista, também temos a sua estréia como diretor, com uma visão antagônica a dos seus filmes dirigidos por J-P Melville, que não possuíam humor algum. Destaca-se ainda a interpretação maravilhosa da então muito jovem, Anne Parillaud. Um marco na história do cinema francês, indispensável para os amantes do gênero.