A narrativa é entremeada por uma viagem pelas mitologias de todos os tempos, com deuses subindo e caindo dos seus pódios, especialmente os gregos e mais especialmente ainda o monoteísmo hebraico e cristão, misturado às religiões em geral como se fosse tudo uma coisa só. Autran ora narra a crescente loucura de João e Saturniano, ora prossegue com sua aventura entre os deuses. O funil em que essa inundação desemboca é um resumo da maneira como o romancista vê o poder: a manifestação completa da loucura. Saturniano, transfigurado em alguma coisa parecida com Napoleão ou Henrique VIII, resolve proclamar a monarquia: ele rei, João escudeiro e barão. Os dois se fundem ao universo dos deuses, Saturniano pela loucura, João pela morte.