Michaël Balint, conhecido por seus trabalhos de psicanalista, torna-se, em 1957, com o aparecimento de seu livro "O médico, seu doente e a doença", um promotor de pesquisas sobre o trabalho do médico clínico. Essas pesquisas levam a descobrir que os médicos que tem a responsabilidade clínica de seus pacientes podem, em colaboração com um psicanalista, adquirir uma compreensão nova de seus doentes e ampliar suas possibilidades terapêuticas. O objetivo desse livro, 25 anos mais tarde, é o de apresentar as bases teóricas do método proposto por M. Balint, expor as concepções daqueles que levam em consideração a dinâmica dos grupos segundo W. Bion, e mostrar as mudanças ocorridas na prática dos grupos e na definição de seus objetivos. Trata-se também de tornar conhecido o impacto provocado pelas pesquisas contemporâneas (a filiação) e de novas práticas (a terapia familiar) sobre o trabalho dos grupos e sobre seu funcionamento. Enfim esta obra responde a uma questão ainda mais geral: numa situação de formação, como os médicos podem se "utilizar" do psicanalista?