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Livro - Até Nunca Mais Por Enquanto
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Para o escritor e jornalista LuÃs Antônio Giron, o pesadelo pode ser uma forma de arte. Pelo menos é o que ele propõe nos contos que compõem o volume Até Nunca Mais Por Enquanto, sua primeira incursão pela narrativa curta.
Fugindo ao realismo que vem dominando a prosa contemporânea, Giron lança mão de uma linguagem vertiginosa e dos mais variados recursos da intertextualidade para dar vida a tramas nas quais seus personagens estão sempre caindo em precipÃcios, amando sem ser amados e, invariavelmente, sendo assediados pelo horror e pelo medo da linguagem. Linguagem esta que atravessa os contos cumprindo uma função de personagem dramático.
A própria expressão que dá tÃtulo ao volume, Até Nunca Mais Por Enquanto, citada por personagens de diferentes contos como uma espécie de leitmotiv, serve como uma legenda explicativa dos nossos tempos e do que se passa nos contos. São tempos de fluidez em todos os campos do saber, da ética, da estética e da sexualidade.
E é com uma linguagem radicalmente moderna, em que os parágrafos são abolidos e a pontuação é dilacerada, que Giron tece histórias capazes de criar uma sensação de estranheza no leitor.
Afinal, para ele, o narrar deve ser uma vertigem da escritura.
Os contos do livro, geralmente curtos, com exceção de "Letra morta", fogem ao convencionalismo porque seu autor dá prioridade à invenção, esforçando-se para fugir de uma ficção realista que tende a relegar a literatura à velha condição de arte mimética.
Este efeito fica claro, por exemplo, no conto "Braço forte em teu peito", no qual os alunos de uma escola recebem a visita de militares. O leitor reconhece facilmente o enredo proposto, passado em algum momento da ditadura; mas a forma como a situação é narrada certamente vai deixá-lo desconcertado. As descrições das cenas de violência são elaboradas num registro tão vertiginoso e hiperbólico, que o aparente realismo de uma cena banal é estilhaçado em fragmentos.
Giron alcança, assim, o seu verdadeiro desejo: com uma linguagem contorcida, arrancar o leitor dos seus sonhos mais lindos e carregá-lo para o cÃrculo dos pesadelos. Afinal, suas tramas advêm deles.
Como autor que pode ser inserido na tradição moderna, usando-a não mais como um recurso de vanguarda, mas na espécie de uma escritura revisionista, como se o monólogo interior se convertesse em instrumento ao mesmo tempo onÃrico e crÃtico, LuÃs Antônio Giron dialoga com o trabalho de Haroldo de Campos, Sousândrade (cujos versos de Harpas selvagens servem como epÃgrafe para o livro), Campos de Carvalho, Hilda Hilst e com o inclassificável Rosário Fusco.
Desse modo, ensaia realizar uma conciliação, por meio da narrativa curta, da metáfora supra-realista, da metonÃmia dos concretos e da desconstrução pós-moderna. E tudo isso é arquitetado com a constatação de que a inovação original dos modernistas se afigura irrecuperável. Giron volta ao método modernista da corrente de consciência não mais como inovador, e sim antiquário.
Fugindo ao realismo que vem dominando a prosa contemporânea, Giron lança mão de uma linguagem vertiginosa e dos mais variados recursos da intertextualidade para dar vida a tramas nas quais seus personagens estão sempre caindo em precipÃcios, amando sem ser amados e, invariavelmente, sendo assediados pelo horror e pelo medo da linguagem. Linguagem esta que atravessa os contos cumprindo uma função de personagem dramático.
A própria expressão que dá tÃtulo ao volume, Até Nunca Mais Por Enquanto, citada por personagens de diferentes contos como uma espécie de leitmotiv, serve como uma legenda explicativa dos nossos tempos e do que se passa nos contos. São tempos de fluidez em todos os campos do saber, da ética, da estética e da sexualidade.
E é com uma linguagem radicalmente moderna, em que os parágrafos são abolidos e a pontuação é dilacerada, que Giron tece histórias capazes de criar uma sensação de estranheza no leitor.
Afinal, para ele, o narrar deve ser uma vertigem da escritura.
Os contos do livro, geralmente curtos, com exceção de "Letra morta", fogem ao convencionalismo porque seu autor dá prioridade à invenção, esforçando-se para fugir de uma ficção realista que tende a relegar a literatura à velha condição de arte mimética.
Este efeito fica claro, por exemplo, no conto "Braço forte em teu peito", no qual os alunos de uma escola recebem a visita de militares. O leitor reconhece facilmente o enredo proposto, passado em algum momento da ditadura; mas a forma como a situação é narrada certamente vai deixá-lo desconcertado. As descrições das cenas de violência são elaboradas num registro tão vertiginoso e hiperbólico, que o aparente realismo de uma cena banal é estilhaçado em fragmentos.
Giron alcança, assim, o seu verdadeiro desejo: com uma linguagem contorcida, arrancar o leitor dos seus sonhos mais lindos e carregá-lo para o cÃrculo dos pesadelos. Afinal, suas tramas advêm deles.
Como autor que pode ser inserido na tradição moderna, usando-a não mais como um recurso de vanguarda, mas na espécie de uma escritura revisionista, como se o monólogo interior se convertesse em instrumento ao mesmo tempo onÃrico e crÃtico, LuÃs Antônio Giron dialoga com o trabalho de Haroldo de Campos, Sousândrade (cujos versos de Harpas selvagens servem como epÃgrafe para o livro), Campos de Carvalho, Hilda Hilst e com o inclassificável Rosário Fusco.
Desse modo, ensaia realizar uma conciliação, por meio da narrativa curta, da metáfora supra-realista, da metonÃmia dos concretos e da desconstrução pós-moderna. E tudo isso é arquitetado com a constatação de que a inovação original dos modernistas se afigura irrecuperável. Giron volta ao método modernista da corrente de consciência não mais como inovador, e sim antiquário.
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