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COMO MORAR NA CHINA SEM ENGOLIR SAPO NEM COMER CACHORRO - VOLUME 2: Diário de uma Família Brasileira em Shenzhen

Dez anos se passaram. Aquela Chris, que escreveu o primeiro volume de Como Morar na China sem Engolir Sapo nem Comer Cachorro, aculturou-se e mudou o foco. Shenzhen deixou de ser um circo a céu aberto, com chineses fazendo malabarismo em cima de suas motinhos elétricas, e passou a ser a NOSSA cidade. Deixamos de vê-los como espécimes raros em um zoológico humano, e passamos a observá-los com curiosidade e interesse, tentando aprender a sua cultura e, por vezes, até mesmo, integrando-a à nossa.

Chegamos em 2011 com nossos filhos Fernando, 21, Mariana 14, Marcos, 12 e Eduardo (Dudu) com 8 anos. Hoje, dez anos mais tarde, não moramos mais juntos e a pandemia está nos mantendo separados fisicamente por tempo demais.

Atualmente, os Dumont Rotstein habitam a Asia, Oceania, Europa e América, lembrando o bom e velho WAR (jogo de tabuleiro da época em que eu era adolescente). Para ganhar esse jogo de vez, precisamos que algum de nós vá morar na África.

Luiz, meu marido, veio pela IBM, na qual continua trabalhando. Nós dois fizemos 28 anos de casados na China, revisamos valores, acrescentamos referências de vida, mudamos nossas convicções sobre o mundo e assistimos à evolução dos nossos filhos com um misto de surpresa e medo. Será que eles estão felizes? Fizemos a coisa certa? Acho que sim, Luiz, acho que sim.

Nesses dez anos, vivemos apenas na cidade de Shenzhen, no bairro de Shekou. Vimos o bairro crescer numa velocidade assustadora, com novos prédios, praças, shoppings, a ponto de, por vezes, nos vermos perdidos no local onde moramos por tanto tempo.

Em 2011, o Real comprava quatro yuans, moeda chinesa também chamada, coloquialmente, pelos chineses de RMB e, pelos brasileiros, de “remimba”. Em 2021, o Real vale 1,22 yuan o que, confesso, deu uma certa dificultada nas finanças familiares.

Eu cheguei à China como publicitária, virei estudante de mandarim, aprendi a ser dona de casa, trader, professora, escritora até descobrir o Coaching, com o qual venho trabalhando há mais de seis anos. Esta nova profissão talvez tenha sido o maior presente que este país pode me oferecer.

Estamos em 2021 e este terá sido o nosso último ano na China. Daqui a um mês, partiremos para uma nova aventura, na Polônia. Finalizar o volume 2 deste livro virou uma missão e uma espécie de legado que quero deixar para filhos, netos e bisnetos.

A maior parte dos textos foram escritos ao longo dos nossos primeiros anos, na base do empirismo: experimentando as roubadas culturais e tirando as próprias conclusões, às vezes carregadas de preconceito.

Após fazer um treinamento chamado COACHING ACROSS CULTURES do Phillipe Rosinski em 2019, passei a entender profundamente as dezessete dimensões culturais presentes em cada sociedade e não cometo mais os erros de avaliação do passado.

Mas, para não perder a essência do livro, os textos foram mantidos, praticamente, na sua versão original, com algumas notas de rodapé que se fizerem estritamente necessárias. No mais, aproveitem para se divertir com a gente!

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