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Estarão as prisões obsoletas?

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Estarão as prisões obsoletas?

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Em Estarão as prisões obsoletas?, Angela Davis - estudiosa, ativista, referência dos movimentos negro e feminista - examina com seu olhar crítico o conceito de encarceramento como punição no país com a maior população carcerária do mundo. Abordando o passado norte-americano, a autora aponta como as prisões, desde seu aparecimento no panorama penal do país, reproduzem o modo de pensar escravagista que vigorava até a abolição.

Essas estruturas de poder e privilégio, enraizadoras de racismo e sexismo, se perpetuaram até os dias atuais, nos quais uma passagem pela prisão parece ter se tornado inevitável na vida dos pobres e das minorias, criminalizados por sua própria existência, por pertencerem a uma parcela indesejada da população.

Desde os anos 1980, a construção de prisões e a taxa de encarceramento nos Estados Unidos têm crescido exponencialmente, originando uma grande inquietação do público sobre a proliferação, privatização e a promessa de grandes lucros a partir do sistema carcerário. No entanto, essas prisões abrigam quantidades desproporcionais de minorias étnicas, deixando entrever o racismo entranhado no sistema.

É preciso mais do que reformar o sistema prisional em busca de condições menos desuamanas - faz-se necessário buscar alternativas ao cárcere como instrumento de reforma criminal. E, nesse sentido, é impossível não ver os paralelos entre o movimento antiprisional e o movimento abolicionista: com esta última grande abolição da vida norte-americana, pode-se finalmente começar a desmantelar as estruturas que condenam tantos a uma vida de miséria e sofrimento.

Em Estarão as prisões obsoletas?, a renomada ativista Angela Davis expõe com clareza a problemática do atual sistema prisional e propõe uma transformação radical no modo como a sociedade pensa a punição:  é necessário reconhecer que o castigo “não é uma consequência do crime na sequência lógica e simples oferecida pelos discursos que insistem na justiça do aprisionamento, mas, sim, que a punição - principalmente por meio do encarceramento (e às vezes da morte) - está vinculada a projetos políticos, ao desejo de lucro das corporações e às representações midiáticas do crime”.

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