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Livro - Questão de Ênfase
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CrÃticas ao consumismo capitalista convivem com um vibrante relato da Guerra da Bósnia e com reflexões sobre arte e literatura.
Susan Sontag, que morreu em dezembro de 2004, foi uma das mais influentes intelectuais contemporâneas. Polivalente, era a primeira a reconhecer a própria voracidade: ?Admito para mim mesma que me interesso por tudo?. É por isso que ela nunca se contentou apenas com a crÃtica literária, e desde os anos 1960 vinha aliando o ensaÃsmo mais rigoroso a um incessante ativismo polÃtico.
Questão de Ênfase, seu penúltimo livro, é dos que mais revelam a amplitude desses interesses. A ensaÃsta e romancista reuniu aqui mais de quarenta textos escritos nas duas últimas décadas. Os assuntos vão desde a paixão pela literatura e pelas artes visuais até a crÃtica do consumismo contemporâneo e a tragédia de Sarajevo.
Sontag esteve entre os poucos intelectuais que decidiram manifestar sua solidariedade à capital da Bósnia, sitiada e bombardeada diariamente pelos sérvios. Esperando Godot em Sarajevo, incluÃdo nesta coletânea, relata a estadia de Sontag na cidade, onde foi dirigir uma versão da famosa peça de Samuel Beckett, em 1993. O espetáculo estreou à luz de velas (a energia elétrica tinha sido cortada) e ao som de bombas e tiros de franco-atiradores.
"Cultura, cultura séria, é uma expressão da dignidade humana", afirmava Sontag. Para ela, a indústria do entretenimento e da vulgaridade, das quais era antiga adversária, não se dissociavam, no mundo contemporâneo, do horror vivido na ex-Iugoslávia e da omissão das potências ocidentais.
Os ensaios dedicados à literatura, por outro lado, mostram o mesmo interesse pelo mundo. Seus comentários se voltam para autores de toda parte, desde o argentino Jorge Luis Borges até o francês Roland Barthes, o russo Joseph Brodski, o mexicano Juan Rulfo, a americana Elizabeth Hardwick e o iugoslavo Danilo Kis. Daà não ser uma surpresa que a autora inclua neste livro seu longo ensaio sobre Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Para essa escritora ativamente cosmopolita, a obra-prima machadiana "é um dos livros mais divertidamente não-provincianos jamais escritos".
"Sontag foi uma grande comentadora da modernidade, criticando seus vÃcios mais persistentes."
Maria Rita Kehl
Susan Sontag, que morreu em dezembro de 2004, foi uma das mais influentes intelectuais contemporâneas. Polivalente, era a primeira a reconhecer a própria voracidade: ?Admito para mim mesma que me interesso por tudo?. É por isso que ela nunca se contentou apenas com a crÃtica literária, e desde os anos 1960 vinha aliando o ensaÃsmo mais rigoroso a um incessante ativismo polÃtico.
Questão de Ênfase, seu penúltimo livro, é dos que mais revelam a amplitude desses interesses. A ensaÃsta e romancista reuniu aqui mais de quarenta textos escritos nas duas últimas décadas. Os assuntos vão desde a paixão pela literatura e pelas artes visuais até a crÃtica do consumismo contemporâneo e a tragédia de Sarajevo.
Sontag esteve entre os poucos intelectuais que decidiram manifestar sua solidariedade à capital da Bósnia, sitiada e bombardeada diariamente pelos sérvios. Esperando Godot em Sarajevo, incluÃdo nesta coletânea, relata a estadia de Sontag na cidade, onde foi dirigir uma versão da famosa peça de Samuel Beckett, em 1993. O espetáculo estreou à luz de velas (a energia elétrica tinha sido cortada) e ao som de bombas e tiros de franco-atiradores.
"Cultura, cultura séria, é uma expressão da dignidade humana", afirmava Sontag. Para ela, a indústria do entretenimento e da vulgaridade, das quais era antiga adversária, não se dissociavam, no mundo contemporâneo, do horror vivido na ex-Iugoslávia e da omissão das potências ocidentais.
Os ensaios dedicados à literatura, por outro lado, mostram o mesmo interesse pelo mundo. Seus comentários se voltam para autores de toda parte, desde o argentino Jorge Luis Borges até o francês Roland Barthes, o russo Joseph Brodski, o mexicano Juan Rulfo, a americana Elizabeth Hardwick e o iugoslavo Danilo Kis. Daà não ser uma surpresa que a autora inclua neste livro seu longo ensaio sobre Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Para essa escritora ativamente cosmopolita, a obra-prima machadiana "é um dos livros mais divertidamente não-provincianos jamais escritos".
"Sontag foi uma grande comentadora da modernidade, criticando seus vÃcios mais persistentes."
Maria Rita Kehl