O livro Contemporâneo de Mim, de Daniel Piza reúne alguns dos mais marcantes textos publicados durante a primeira década da coluna semanal assinada pelo jornalista. A "Sinopse" ? que surgiu em outubro de 1996, na Gazeta Mercantil, e, em maio de 2000, se transferiu para O Estado de S. Paulo, onde permanece até hoje ? nasceu, nas palavras do autor, "com a idéia de registrar e analisar esse tempo, como se fizesse ?história a quente?, na tentativa de esboçar contextos e perspectivas para os fatos de cada semana".

A coletânea é composta por 173 textos organizados por temas e em ordem cronológica. O livro também é formado por uma variedade de gêneros ? ensaios, crônicas, diálogos, paródias etc ? que comentam cultura (literatura, cinema, televisão, música, artes plásticas), comportamento (incluindo ciência e internet), o Brasil (de FHC a Lula) e o mundo (pré e pós 11 de Setembro). Piza selecionou muitos de seus escritos tendo em vista a repercussão que obtiveram junto ao leitor: entre eles estão "A falta que a educação faz", "Reflexões sobre Arnold, o bárbaro", "Tempo de ler", e "Declínio da MPB".

Para o autor, escrever a coluna Sinopse é como fazer um "minijornal semanal de opinião e informação, editado por um mesmo olhar autoral e localizado na trincheira dos cidadãos comuns, submetidos a tal bombardeio".

O título, Contemporâneo de Mim, vem da epígrafe do livro, um poema de Ferreira Gullar que serve como alerta para a nossa incapacidade de decifrar e nos convoca a uma reflexão sobre a ontemporaneidade. "Matérias de jornal têm vida curta", escreve Daniel Piza na introdução, "embora a maioria dos livros também caia no esquecimento; a oportunidade de ler esses textos juntos, em seqüência (qualquer que seja a escolhida pelo leitor), reforça a esperança de que é possível tirar um senso, ou alguns sentidos, do quase-caos em que vivemos."