Brutus e o Melhor Gênero de Oradores

BRUTOS ou DOS ORADORES ILUSTRES Escrito durante um retiro forçado das atividades políticas, em 46 a. C., "Brutus" é um tratado de retórica exposto em forma de diálogo. Como dialogantes o próprio autor Cícero, que faz a exposição, e seus dois amigos Brutus e Ático, aos quais cabem a réplica e provocação de comentários. Apresenta-se um panorama da oratória e de seu papel entre os antigos gregos e romanos; expõe-se mais extensamente a eloquência em Roma, desde as origens, com Catão o Antigo. Um dos dialogantes, Bruto, a quem o livro é dedicado, apoia a tese ciceroniana de ser a mais difícil de todas a arte da palavra, por exigir qualidades naturais do corpo e mente, prática, educação literária, filosófica, jurídica e conhecimentos gerais. Tal percepção é a que perpassa pelas análises feitas sobre oradores romanos. Visto mais no aspecto histórico do assunto, "Brutus" traz não obstante ensinamentos para aperfeiçoamento do texto discursivo. A PERFEIÇÃO DA ORATÓRIA ou DO MELHOR GÊNERO DE ORADORES Da oratória e composição de textos Cícero passa para os antigos romandos a técnica sistematizada por Aristóteles, transmitindo-lhes pois o essencial do que foi estudado e desenvolvido para os gregos. Um acréscimo de contribuição pessoal ele consegue ao apresentar preceitos acerca da figura, cultura, postura e dicção do orador. E assim é que na curta obra "Do Melhor Gênero de Oradores" - escrita para prefácio de suas traduções, hoje perdidas, de discurso de Ésquines e de Demóstenes -, repetem-se pontos desenvolvidos em tratado anterior, o denominado "Orador", repetem-se em outra perspectiva, de maneira insistente, como para confirmar sobre a arte da palavra todo o estudo ao qual o grande orador constantemente se dedicou.

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