Psicanálise, redução de danos e o uso abusivo de drogas: estratégias possíveis diante do impossível

É urgente a disseminação dessa iniciativa implicita no esforço de Julio em buscar sistematizar, ordenar e também teorizar esse campo prático especificado pela expressão “Álcool e outras Drogas” enquanto uma iniciativa proveniente do campo da saúde. Sua ampla experiência, bem estofada tanto prática como teoricamente, produz uma visão de conjunto que dá o devido relevo à multiplicidade de temas que o campo circunscreve, bem como, por lê-lo com a psicanálise, o torna acessível a iniciativas instruídas por ela no campo social, numa clínica estendida. Por esse viés, Julio busca delimitar uma linha de ação para essas pessoas identificadas como “usuárias de droga”, que lhes abre uma possibilidade distinta daquela que as inscreve no laço social como dejetos em vista do modo de gozo a que estão assujeitadas. Trata-se de uma via que, no plano mesmo do sintoma, abre para alguma chance ao sujeito ali onde ele arrisca soçobrar em seu gozo. Esse parece ser o sentido mais sério a dar à expressão “Redução de Danos”: uma interrogação do sintoma que reenvia o sujeito ao discurso e não à objetalização como dejeto acionada pela lógica segregatória do capital. Francisco Leonel Fernandes Prof. Dr. da Universidade Federal Fluminense (UFF)

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