O fim do mundo foi anunciado num programa de rádio em 1950. Leo Szilard, talvez o mais brilhante cientista da sua geração, falou claramente da possibilidade de se construir uma superbomba que acabasse com a vida na terra. Disse que bastaria envolver a bomba H com cobalto-60 radioativo e "todos estariam mortos". A declaração de Szilard é o ponto central deste livro, que acompanha as histórias dos cientistas na busca pela superarma. Muitos deles, como o próprio Szilard, acreditavam que ela serviria para criar um impasse e acabar com as guerras. Mas a ilusão terminou com o Projeto Manhattan, na Segunda Guerra Mundial, cujo objetivo era construir a bomba atômica antes dos nazistas. De acordo com Smith, a evitável tragédia de Hiroshima e Nagasaki ocorreu apenas para intimidar os soviéticos, dando o pontapé inicial para a tensão diplomática das décadas seguintes. Descrevendo minuciosamente desde testes com armas químicas até a primeira explosão experimental da bomba H, Smith narra com verve essa história inquietante. Um de seus trunfos são as várias e saborosas citações de livros (desde a ficção científica barata feita nos anos 1950 até os clássicos do visionário H. G.Wells) e de filmes como Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick, que, numa toada de fino humor negro, expõe os medos e ansiedades de toda uma geração.