Livro - O Que a Noite Conta

"Uma história sem rumo é melhor que um rumo sem história."
Eis aqui então alguns estilhaços de histórias que misturam poesia, verbetes de dicionário, ficção e ensaios teóricos ávidos em narrar o contemporâneo.

A noite serve de cenário para figuras que falarão de uma realidade confusa, ao mesmo tempo exótica e familiar, cruel e generosa, onde o homem, diante de suas próprias criações, precisa se reinventar. Vampiros, bruxas, prostitutas, mariposas e vaga-lumes se aliarão para reler esse tempo já inexoravelmente impregnado de tecnologia.

Umberto Eco revela em um estudo sobre a ficção que Antrophos é a contração de uma expressão arcaica que quer dizer "aquele que reconsidera o que viu". Desde a Internet até a primeira chama em um toco de madeira, passando pela lâmpada ou o forno de micro-ondas, vemos reincidentemente um indivíduo perplexo e disposto a reconsiderar a vida e a si mesmo. Essas narrativas, tão perdidas quanto suas personagens, propõem um estímulo a continuar sentindo - a única tecnologia indispensável para manter viva, mesmo diante de inúmeras transformações, essa fascinante invenção capaz de ver e reconsiderar.