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Coronelismo, Enxada e Voto: O MunicÃpio e o Regime Representativo no Brasil
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Um dos marcos inaugurais da moderna ciência polÃtica no Brasil, Coronelismo, Enxada e Voto: O MunicÃpio e o Regime Representativo no Brasil continua pleno de validade mais de sessenta anos após sua primeira publicação - a despeito do desaparecimento quase completo do paÃs agrário que o inspirou. O rigor demonstrado por Victor Nunes Leal em sua interpretação de documentos históricos, legislações e dados estatÃsticos (então novidade nos trabalhos de ciências humanas realizados no paÃs); a escrita fluente, livre de empáfia bacharelesca e torneada segundo a melhor tradição do ensaÃsmo de interpretação nacional; os insights inéditos sobre a estrutura sistêmica do coronelismo, que transcendia o âmbito do mandonismo local para entranhar-se nos mais elevados escalões da República: diversos são os méritos deste livro, concebido como tese de concurso para a cátedra de polÃtica da antiga Universidade do Brasil (atual UFRJ), onde Nunes Leal ensinou entre 1943 e 1969.
O coronelismo, sistema arcaico e brutal, foi o principal sustentáculo polÃtico da República Velha (1889-1930). Segundo o autor, a concessão do oficialato da Guarda Nacional - milÃcia imperial criada em 1831 - aos grandes proprietários de terras e escravos selou a ilegÃtima aliança entre o poder público e os interesses privados desses mandachuvas. Já na República, os ex-cativos e seus descendentes logo se incorporaram à esfera de influência eleitoral dos herdeiros da casa-grande. Desse modo, sucessivos governos estaduais e federais se elegeram com os ¿votos de cabresto¿ dos grotões. Embora há muito a supremacia dos caudilhos rurais seja apenas um episódio de nossa história, suas nefastas consequências ainda se fazem sentir na arcaica distribuição fundiária do paÃs.
O coronelismo, sistema arcaico e brutal, foi o principal sustentáculo polÃtico da República Velha (1889-1930). Segundo o autor, a concessão do oficialato da Guarda Nacional - milÃcia imperial criada em 1831 - aos grandes proprietários de terras e escravos selou a ilegÃtima aliança entre o poder público e os interesses privados desses mandachuvas. Já na República, os ex-cativos e seus descendentes logo se incorporaram à esfera de influência eleitoral dos herdeiros da casa-grande. Desse modo, sucessivos governos estaduais e federais se elegeram com os ¿votos de cabresto¿ dos grotões. Embora há muito a supremacia dos caudilhos rurais seja apenas um episódio de nossa história, suas nefastas consequências ainda se fazem sentir na arcaica distribuição fundiária do paÃs.
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