Este livro conta a história de um homem triste. Um senhor quase cego, distante dos livros e das pessoas que mais amou, o escritor faz um belo e amargo apanhado dos fatos fundamentais de sua existência.

O autor confessa uma de suas grandes certeza íntimas: a de que a razão não serve para a existência. Sua vida foi palco de paixões e rupturas, de contradições e buscas - regidas pelo senso de liberdade e pelo rigor ético.

Mas o relato vai além da esfera pessoal. Através de tons sombrios do mundo moderno, o autor mostra a falha do presente, tempo em que a crise da suposta luz da ciência parece levar o homem para o abismo de abstração e trevas.

Em meio à desilusão, o narrador encontra esperança nos jovens. Dedica-lhes o livro e, numa lição apaixonada de humanismo e liberdade, conclama-os, de certa forma, à solidariedade e à resistência, concluindo: "A maior nobreza dos homens é a de erguer sua obra em meio à devastação".