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Livro - A musa diluÃda
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Os poemas de Henrique Rodrigues transitam entre a frieza polar e a força devastadora das palavras. Não falta, ainda, um certo sentimento de nostalgia. Saudade de um perÃodo remoto, que desloca o poeta a significativas passagens da infância. Reunidos em A MUSA DILUÃDA, os versos de Henrique exploram o diálogo com as gerações contemporâneas e as reflexões sobre o ato de escrever.
Henrique homenageia outros poetas, como Manuel Bandeira. E cria metapoemas que, além da auto-reflexão do processo criativo, têm uma pesada carga existencial: ?Posso dominar o verso, não a vida/ Que não cabe em laço, ou pode ser medida./ Há uma certa complacência nisso tudo,/ Porque o verso pode estar assim, desnudo,/ Para que eu o vista com o que me convenha./ Já a vida, esguia, não pede contra-senha/ Que a revele.Está sempre por ser coberta/ Com os véus do livre-arbÃtrio. E por ser incerta/ É que a vida escorre aqui nesta ampulheta/ Dos versos, halo tão somente faceta/ Que me permite termos algo em mãos./ Não sei toda a lavoura, deixo-te os grãos? (Limite).
Merece destaque o belo Três derivas, poema composto por três sonetos (O mar e o céu, O outro e A não-tormenta), que, como O barco bêbado, de Rimbaud, remete o leitor, pelo seu ritmo e força lúdica, a uma atmosfera que deriva entre ir-e-vir da força marÃtima e o vaguear errante da própria realidade existencial do poeta: ?Enquanto afundo, tudo é leve e denso./ Na superfÃcie jaz cada lembrança./ E surge uma memória nova: dança/ Em tom suave a cada vez que penso.? (O mar e o céu). ?Meu barco em pleno mar parou um dia,/ num tempo de maré muito agitada,/ E vi a sua proa iluminada,/ Enquanto, lá na popa, anoitecia.? (O outro). ?Sem ver para onde vou, passo a remar./ Não sei quanto de mim constrói o barco,/ Nem sei quanto de mim preenche o mar.? (A não-tormenta).
Com uma linguagem simples, os poemas de A MUSA DILUÃDA se confundem entre a modernidade contemporânea e um modernismo já não tão recente. Uma áspera postura ideológica em relação à produção literária atual. Ao mesmo tempo em que interage, esteticamente, com elas