Livros - A Máquina de Brincar

A máquina de brincar reúne 25 poemas para o público infanto-juvenil. De forma lúdica e engraçada, Paulo Bentancur escreve sobre o dia-a-dia infantil como se estivesse brincando com a meninada no parquinho ou no pátio da escola. Mas, como a realidade das crianças não é nada sem a imaginação, A máquina de brincar junta tudo o que se passa na frente dos olhos e dentro da cabeça desse pessoal pequeno. Tem mágicas, sustos, jogos e historinhas ? de crianças, com crianças, para crianças. Escrevendo com muito cuidado e carinho, Bentancur prova que um poeta nunca deixa de ser um pouco moleque.
O livro é dividido em duas partes, "Para ler no claro" e "Para ler no escuro". A primeira começa na hora de acordar e vai até o finalzinho da tarde: tem a sensação esquisita de se olhar no espelho logo de manhã, a história de um menino diferente chamado Eduardo, o namoro frustrado do elefante com a formiga, a alegria de poder brincar todo dia e a chatice de ter que ficar de cama depois de machucar o pé. Já a segunda parte começa na hora de dormir, quando o mundo fica preto e os monstros parecem estar por todo canto... Tem uma bruxa atrapalhada, um defunto preguiçoso, um castelo mal- assombrado, pêlos arrepiados e dentes que não param de bater ?sempre com muita graça, claro!
A máquina de brincar traz também uma versão em versos de "Agulha ou linha, quem é a rainha?", clássico que Machado de Assis escreveu originalmente em forma de conto em 1896. O livro de Paulo Bentancur, por ter a rara capacidade de falar a mesma língua dos jovens e ao mesmo tempo ser dono de muito lirismo, é uma forma perfeita de iniciar a criança na literatura. As ilustrações do estúdio Os Figuras reforça todas as imagens de cores que Bentancur cria com suas palavras muito bem escolhidas. O autor está lançando ainda As rimas da Rita e O olhar das palavras, também direcionados à platéia infantil, e o volume de poesias Bodas de Osso.