Livro - Rio Vivo Rio Morto

"Fotografias sempre me encantaram. E muito! Até me arrisco como fotógrafa de vez em quando. Gosto de admirar fotos artísticas e também de revirar o baú em busca de fotos antigas. Acho uma delícia mergulhar nesse mundo que muitas vezes está tão distante e a gente nem conheceu. Era o que eu estava fazendo quando descobri a fotografia da página 47. A mocinha é a Maria de Lourdes, com 18 anos; o rio, Piracicaba; a cidade, Americana, no antigo bairro de Carioba; o ano, 1948. Bem podia ser a avó da Beatriz, a personagem do livro, naqueles tempos em que ela e mais uma porção de gente se divertiam passeando de barco e fazendo piqueniques. Eu já tinha terminado esta história quando, numa tarde de domingo, em 2006 (quase 60 anos depois), um grupo formado por filhos, genro, noras (eu era uma delas) e netos da mocinha fez uma expedição ao lugar. A diferença entre o rio daquela época e o de hoje? Ah, muitas, como você já deve ter imaginado. Um rio poluído foi o que vimos, um cheiro horrível, água imprópria para banho, peixes contaminados. Pescar, nadar ou simplesmente ficar às margens de um rio limpinho não mais. Uma pena. Mas acredito que muita coisa ainda dá para ser feita (se a gente pensar que tudo está perdido, como é que fica, não é verdade?) e que o nosso futuro depende de nós mesmos, da nossa consciência, do nosso amor e respeito pela vida. Não só pela nossa, mas por todas as vidas que ainda virão (inclusive a de nossos descendentes, há quem se esqueça disso, veja só.). E que seja um belo futuro, uma linda história, real, viva, não apenas lembranças, não apenas uma bela fotografia."
A autora