Livro - Modernidade Singular

MODERNIDADE SINGULAR é uma análise formal dos usos da palavra modernidade. Mas, de antemão, Jameson rejeita qualquer pressuposto de que haja um correto uso do termo, ainda a ser descoberto, conceitualizado ou proposto. ?É um caminho que nos levará até um conceito correlato, na esfera estética ? o de modernismo, no qual ambigüidades análogas podem e deverão ser descobertas. O modernismo, por sua vez, irá levar-nos à sua própria história e episódios?, argumenta. O projeto é uma busca ideológica de um nome e não propriamente de um conceito. ?O que provoca uma essencial frustração nessa análise é termos simultaneamente de afirmar a existência do objeto, enquanto negamos a relevância do termo que designa aquela mesma existência?. Para Jameson, seria melhor admitir que as idéias que se agrupam em torno da palavra moderno são tão inevitáveis quanto inaceitáveis. A reedição do slogan da modernidade, depois da total remoção do moderno de todas as prateleiras e vitrines das lojas, de sua retirada na mídia, e da obediente desmodernificação de tudo, só pode constituir um fato pós-moderno, pois certamente não resulta de nenhum honesto, filológico ou historiográfico interesse por nosso passado recente. ?O que temos aqui é a recunhagem do moderno, a sua nova embalagem, a sua produção em grandes quantidades para novas vendas no mercado intelectual, desde os maiores nomes na sociologia até discussões domésticas sobre todas as ciências sociais e ainda artes?, argumenta. O conceito de modernidade, que traça sua linhagem desde os fundadores da sociologia, parece suficientemente respeitável e acadêmico. Em MODERNIDADE SINGULAR, Fredric Jameson chama a atenção para o ressurgimento ? talvez imprevisto nos cálculos dos gurus neoliberais ? das questões da filosofia política e da estética. E propõe-nos abandonar as ?estéreis tentativas de reelaborar um discurso da modernidade?.