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Livro - Em nome da mãe
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Com uma nova leitura do nascimento de Jesus, emprestando a palavra
a Maria, esse escritor de estilo enxuto reinterpreta uma história
milenar e revela sua dimensão profundamente humana
Em nome da mãe conta uma história de amor materno, o de Miriam ? versão
hebraica do nome Maria ? por Ieshu, o Menino Jesus; desde a concepção, quando a jovem é fecundada por um misterioso vento, até a natividade, ocorrida num estábulo de Belém, aonde ela chega depois da longa viagem feita com José pelas terras de Israel, então ocupadas pelo exército romano. Essa história comovente é celebrada milenarmente pelos católicos e está na base de um dos mais difundidos cultos da Igreja, o culto mariano. Mas pouco se escreveu sobre a sua dimensão humana.
É essa a proposta do romancista italiano Erri de Luca. Ele articula seu breve relato em torno da figura de Miriam/Maria, desde que um anjo lhe comunica que ela dará à luz o Filho de Deus. A incumbência transtorna o seu cotidiano, a começar pelo constrangimento que provoca em seu noivo , o carpinteiro José. Ele não só deve desistir da condição de primogenitor, como tem de explicar aos anciãos da aldeia que Maria, grávida de
outro, não cometeu adultério nem perdeu a virgindade. José é despedido da oficina, Maria é vÃtima de intrigas e acusações.
Mas não se intimidam, e cumprem a ambiciosa missão confiada pelo anjo, para a salvação do mundo.
Erri de Luca, napolitano de origem judaica, ex-dirigente do grupo de extrema esquerda Lotta Continua, estudou iÃdiche e hebraico, traduziu o Eclesiastes e o Livro de Ruth, mas não é religioso. Assim, não lhe interessa dar nenhuma explicação teológica ou filosófica do mistério da Anunciação. Erri de Luca nasceu em Nápoles em 1950. Depois da militância no Lotta Continua, foi caminhoneiro e pedreiro. Durante a guerra na ex-Iugoslávia, dirigiu comboios humanitários destinados à população da Bósnia. Publicou seu primeiro livro (Non ora, non qui) aos 39 anos e
colabora em diversos jornais. É autor de, entre outras obras, Aceto, arcobaleno (Prêmio France Culture, 1994), Três cavalos (Berlendis & Vertecchia Editores, 2006) e Montedidio (Prêmio Femina Étranger,
2002). Vive nos arredores de Roma.
?Eu ficara em pé diante dele, e em pé estava defronte de Iosef. Ele sentava, levantava-se, sentava de novo, pedia-me que sentasse, mas eu continuava em pé. Éramos noivos, e já era um ato grave ficarmos sozinhos
sob o mesmo teto. Eu é que havia solicitado a conversa, que fora concedida, mas houve aquele grande alvoroço, e já era quase noite. E, além disso, eu não queria sentar. Com as mãos entrelaçadas sobre o ventre
magro eu tocava minha pele para sentir na ponta dos dedos minha vida mudada. Para mim era o primeiro dia da criação.?