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Livro - Confissões
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Confissões, de W. Somerset Maugham, foi publicado em 1938 (no Brasil, em 1951, pela Editora Globo), quando o autor já havia passado dos 60 anos. Como ele próprio esclarece, Confissões não é uma autobiografia, nem um livro de memórias. Trata-se, claramente, de ordenar seus pensamentos sobre os assuntos que mais o interessaram no decurso da vida, e de apresentar uma imagem coerente de seus sentimentos, opiniões e convicções particulares. Sobressaem, dentre eles, pelo menos três: o teatro, a literatura e a filosofia. De qualquer modo, os capÃtulos percorrem tenuemente a cronologia de sua vida como escritor profissional, mas se debruçam somente sobre certas obras suas ou certos acontecimentos, exatamente os que mais o interessaram. E a partir daÃ, o texto adquire um caráter mais ensaÃstico e toda a sua parte final visa esclarecer o que o autor pensa sobre os grandes temas da filosofia.
Em Confissões, portanto, o leitor não encontrará revelações escandalosas sobre o autor ou outras pessoas. O que está em pauta é algo mais valioso: o que um artista importante pode dizer para os outros homens e artistas sobre alguns temas imprescindÃveis para quem deseja criar, usufruir das obras de arte ou adotar uma perspectiva filosófica e existencial em sua vida. É nisto que o livro pode ser muito útil e revelador, mesmo tendo em mira o ceticismo crÃtico que demarcou as posições que Maugham assumiu durante sua vida, a certeza de que existe muito pouca coisa no mundo de que se possa estar certo.
Após os capÃtulos iniciais, que recuperam apenas em grandes linhas sua infância, adolescência e formação, o autor tratará extensamente da literatura e do teatro, abordando, inicialmente, três qualidades fundamentais ao escritor, segundo seu ponto de vista: a clareza, a simplicidade e a eufonia. Ao analisar o teatro, discorrerá sobre sua experiência como escritor de peças e a decisão de abandonar o teatro para voltar à prosa (talvez o único lugar em que a perfeição pudesse ser às vezes alcançada), não sem antes traçar retratos implacáveis dos diretores, dos autores teatrais, dos atores, do público, da crÃtica, do chamado ??teatro de idéias?? e do teatro inglês nas primeiras décadas do século passado.
A discorrer sobre a prosa, aborda as desvantagens da profissão do autor, bem como os seus perigos, sendo o sucesso o maior deles. Em contrapartida, considera uma vantagem fundamental dessa mesma profissão: a liberdade espiritual que confere ao seu praticante. Relata sua experiência com a escrita de contos em diversas fases de sua vida, investiga o problema da criação do personagem, os limites da idéia de realismo na arte e, remando contra a maré, a importância do enredo. Tece, ainda, extensos comentários sobre a crÃtica literária, a singularidade psicológica do artista, as relações entre medicina e literatura e a natureza literária do texto filosófico.
Por fim, a última parte do livro se debruça mais sobre temas metafÃsicos: a religião (e o agnosticismo do autor) e a filosofia propriamente dita, quando recusa o solipsismo e aceita o ceticismo como alternativa. Aborda, ainda, a natureza do mal (e sua relação com Deus), o Carma, a idéia de imortalidade, o significado e utilidade da vida, o problema do determinismo e do livre arbÃtrio e suas relações com o ato da escrita, a morte, e a busca de três valores fundamentais: a verdade, a beleza e a bondade. Como se vê, um leque amplÃssimo de temas profundamente atuais e que o autor soube orquestrar sem pieguices ou dirigismos, deixando o leitor livre para desenvolver os seus próprios pensamentos.