Internet,  Negócios

Dáblio dáblio hotdog ponto com

hot dog dot comA Internet não está, mas deveria constar na votação para conseguir um lugarzinho numa das sete maravilhas do mundo moderno. Todo mundo quer estar na Internet, ter seu site, escrever um blog, compartilhar fotos e vender online. Mas será que em todos os casos, estar no Google é fórmula de sobrevivência no mercado?

Até hoje eu nunca tive que desaconselhar algum cliente quanto a criação de seu site na web. Mas já reduzi projetos ou aumentei, de acordo com o perfil do seu negócio. Nem toda empresa precisa de uma loja online, da mesma forma que para algumas empresas um site institucional joga contra ao contrário de ajudar. No desespero de estar online, as empresas não avaliam o formato de seu investimento na web e desperdiçam uma grande chance de incrementar seu negócio.

Tive um cliente que precisava, eu desenvolvi e implementei uma loja online. Vitrine virtual, sistema de pagamento online, tudo certinho. Nunca vendeu nada, sabe porque? O site não foi atualizado. Não havia pessoal preparado para dar manutenção ao site, inserir produtos, acompanhar pedidos, ao passo que não havia mais dinheiro para investir na contratação dessa pessoa ou serviço terceirizado. Por falta de planejamento o site nunca chegou a ser utilizado. Pensar nisso me angustia, eu gosto de ver meu trabalho ser bem utilizado, gerar retorno, etc. Mas serviu-me de aprendizado.

O vendedor de cachorro-quente precisa de um site?

A resposta mais sensata é sempre: depende. Aqui em Londrina o hot-dog é chamado de “prensado”, porque eles colocam na chapa após a montagem. Existem alguns vendedores de hot-dog aqui que são grandes, possuem mais de um ponto de venda, com garçons, com painel eletrônico para anunciar o número do pedido. E se você pensou numa estrutura McDonalds, se engana. Estão mais para trailers estacionados. Esse cliente precisa de um site? Não. Ele é conhecido em Londrina e não tem pretensões de expandir seu negócio, não tem estrutura para atender um serviço de web-delivery e criar um site institucional para ele é jogar contra.

A loja de roupas de minha tia precisa de um site?

Há pouco mais de 5 anos eu achava que sim. Minha tia possui uma loja num shopping de bairro em Salvador, um relacionamento com seus clientes no ní­vel pessoal (as clientes possuem o número do telefone de casa e do celular) e trabalha com estrutura familiar. Quase ninguém compra roupa pela Internet (salvo camisetas). As pessoas querem vestir, experimentar com um sapato, um cinto, principalmente mulheres. Um site institucional seria jogar contra, não existe estrutura de atendimento pela web. Minha tia precisa de um site?

Assim como os exemplos acima, em nossa estrada vamos encontrar diversos clientes que irão nos procurar para ter sua presença na Internet. Nosso lado profissional precisa de trabalho, obviamente, precisamos pagar o aluguel e a Internet nossa de cada dia. Mas nosso profissional também é responsável por orientar o cliente no caminho certo, pois um projeto fracassado vai gerar frustração e esse cliente vai culpá-lo por não tê-lo alertado. Um cliente insatisfeito lhe fará propaganda negativa e não lhe procurará mais. E pior, ele pode encontrar um outro profissional para corrigir suas falhas, mesmo que pequenas, mí­nimas, e você ainda ficará com fama de incompetente.

Um caso de sucesso ocorre quando conseguimos aliar o bom senso í  necessidade do cliente, mesmo que contrariando-o em algum ponto, mas mostrando-o o caminho das pedras. Afinal, você é o especialista em Internet e ele não o procuraria se soubesse exatamente o que fazer. Ele sabe o que quer, mas você pode saber quando é uma boa idéia ou uma completa barca furada. E se o cliente insistir na barca, siga meu conselho e pule fora antes que comece a fazer água.


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