O galpão da bienal tem cartazes espalhados por todos os cantos, convocando as pessoas a participarem da Campanha Pela Liberdade de Diversão, que critica a proibição do jogo Counter Strike no Campus Party e no Brasil todo. Conversei com o Thiago Baptista, de Belo Horizonte, um dos criadores da campanha.
A idéia surgiu aqui mesmo, durante o evento, quando ele soube do cancelamento do campeonato de CS. Na mesma hora começaram a agir, conversaram com a organização, que permitiu que eles fizessem o protesto pacífico em prol da diversão. Cartazes foram distribuídos e até um papel de parede disponível no blog deles está sendo baixado e adotado por muitos gamers e moders inscritos no evento.
Além disso, eles estão organizando uma manifestação durante a entrega de prêmios dos campeonatos que aconteceram durante a semana, hoje, í s 22 horas. Thiago diz que a idéia é mostrar o quanto os jogadores estão indignados com a proibição, de uma forma pacífica e criativa, até mesmo para contestar as justificativas que tentam explicar a censura.
“Não existe um único caso no Brasil que comprove essa afirmação de que o jogo estimula a violência ou ensina táticas de guerrilha. Muitos outros jogos tem a temática de guerra e tiros e não são proibidos. (…) Não acredito que algum grupo da sociedade tenha exigido esse bloqueio. (…) Tanta coisa muito mais urgente e importante que merece atenção de nossos políticos e eles ficam se preocupando com um jogo.”
Thiago Baptista em entrevista para o Tecnocracia
Casemod, projeção e muito jogo
Thiago, com seu computador de dar inveja
Thiago não veio para o Campus Party exclusivamente para jogar. Nem mesmo se inscreveu na área Games. Ele e mais dois amigos de BH vieram exibir sua criação, um super computador que custa cerca de 15 mil reais montado. Processamento e memória sobrando, efeitos visuais, refrigeração í agua, projetor, monitor tela plana digital e enorme, uma máquina de dar inveja e ser admirada (de babar mesmo).
Os amigos, que possuem uma revenda de equipamentos, se declaram “fanáticos por tecnologia” e falam, em seu blog, sobre periféricos, novidades na área de hardware e muito mais.
Faaala Kleandro o apelido morreu 🙂
O lance da máquina é que eu já vi ela tantas vezes que nem pergunto mais a configuração eheheheh quando eu conversei com o pessoal da agência lá, entendi que só eles tinham ido pra lá.
E eu ACHO que conheci o Rodrigo, mas não lá 🙂
Fala Pedro (deixa o apelido pra depois =P)! Na verdade quem montou a máquina foi um membro da equipe WAZ, Rodrigo, que estava lá representando a loja.
Abraços!
OS protestos foram realmente interessantes e ainda vão dar o que falar. Mas quanto aos “amigos que fizeram o computador”, eles são de uma agência de publicidade aqui de BH e estavam representando uma loja bem grande chamada WAZ. Essa máquina é uma graça, mas o preçpo tá errado, só no gabinete passa de 22mil 😛
Concordo plenamente com a declaração do Lucho. Na minha infância não tínhamos Counter Strike e nem nenhum outro jogo do gênero, no máximo os toscos, mas igualmente disputados Atari. Eu como qualquer criança da época vivia na rua e brincava de policia e ladrão com armas de madeira, borracha de câmara de ar e tampinha de garrafa e sempre voltávamos pra casa cortados e sangrando por causa dos cortes de tampinha. Conclusão: Ninguém virou bandido nem nunca pegamos em uma arma de verdade por causa disso.
Hoje o mesmo acontece com o Counter Strike. As pessoas não são violentas ou assassinos por causa de brincadeiras e jogos e sim porque têm “problemas mentais” que devem ser tratados. Uma simples cena de invasão na portelinha é motivo suficiente para desencadear um surto psicótico em uma pessoa dessas.
Em relação ao Counter Strike, eu ouvi uma frase que tem tudo a ver e que sempre falo quando tem gente que acha que as pessoas podem ficar violentas depois de jogar determinado jogo. A frase é a seguinte:
“Se uma pessoa se deixa influenciar por um jogo, o problema não está no jogo; o problema está na pessoa.”
Eu por exemplo, joguei Wolf 3D (alguém lembra?), duke nukum, rogue spear e nunca senti vontade de atirar em ninguém.
Pena que essa frase seja muito difícil para que nossos juízes, advogados, promotores e nossa justiça possam entender.