O nosso ilustríssimo Ministro da Cultura, artista e meu conterrâneo, Gilberto Gil, é um profundo conhecedor e inventor de novíssimas palavras nunca antes pronunciadas. Isso todo mundo sabe. E todo mundo sabe também que o Gil é admirador de tecnologia e apaixonado pela Internet. Pois foi com a presença deste ilustre e empolgado convidado que foi dado o pontapé inicial para o Campus Party Brasil 2008.
A citação no título do texto foi dele, obviamente, mas não parou por aí. Nosso Ministro fez alusão a uma Internet livre, democrática e popular, bem no estilo “banda larga para todos”, falou dos projetos sociais onde as pessoas primeiro aprendem a fazer upload e compartilhar material, produção e conhecimento, antes mesmo de aprenderem a fazer download – o que sabemos que é pura falácia, embora a questão filosófica por trás (ui) seja louvável.
Gilberto Gil e o Software Livre
Gil defende o software livre e ao mesmo tempo a politização das tecnologias. Diz que sem definição de regras e políticas claras, principalmente quanto ao uso da Internet, não será possível – ou será muito difícil – a democratização da mesma. Mais uma vez, louvável, mas um pouco utópico. Ele mesmo admitiu que há interesses conflitantes – que nem precisamos mencionar, já que é óbvio.
No geral a apresentação do Ministro foi muito mais incentivando a parte festiva do evento que propriamente a difusão do conhecimento, a tão falada inclusão digital, etc. Chegou ao cúmulo de “pedir” aos participantes que tornassem o Campus Party uma extensão do carnaval (sim, é sério).
O robô Quasi (quase se move, quase fala…)
Para dar boas vindas aos “campuseros” (assim mesmo, num portunhol de dar dó), o pequeno robô que ficou dias detido na alfândega, deu o ar de sua graça. Mas foi só o ar. Paradão em cima de uma mesa e com olhos e “antenas” acesas, o Quasi se apresentou em inglês e fez a contagem regressiva em português macarrônico. Ali, paradão. Nem piscou. Sabe Arthur, aquele robozinho dos anos 80 que mais parecia um tubo de Rexona queimado pelo sol? Se mexia muito mais que o Quasi. Aliás o nome é bem apropriado. Quase!
E vai rolar a festa
Como na política do Brasil tudo acaba em pizza e no geral tudo acaba em samba (odeio esse estereótipo que insistem em eternizar), após o discurso rolou um sambão com a bateria da Vai Vai arrepiando e uma mulata seminua (tá, exagero, de biquini e umas peninhas na cabeça) quebrando tudo, para delírio da platéia formada principalmente por homens (embora a maioria não tenha mesmo se interessado em assistir). Fotos abaixo e no grupo do Flickr.