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Sua empresa está preparada para ter um blog?

Capa da Business WeekUma das atividades de ontem no Campus Blog foi o debate sobre blogs corporativos “Qual é a dos blogs nas corporações”. Infelizmente, após a participação do Gil Giardelli, a pauta foi invadida por monetização, posts patrocinados e a velha rixa feia e boba blogs vs jornalistas, desvirtuando completamente uma discussão que seria maravilhosamente proveitosa por todos os presentes.

Isso me fez pensar muito sobre a principal pergunta circulada (e dentro da pauta): sua empresa está pronta para os blogs? Quase todos os presentes que trabalham em empresas formais e que tinham blogs corporativos responderam que não, com exceção de apenas um dos participantes. Só um.

Dois pesos e duas medidas

O que percebi após alguma discussão – até meio agressiva em alguns momentos – é que a questão é muito mais profunda do que pensamos. Será que nós, blogueiros, estamos preparados para orientar essas empresas para ter um blog? Será que nós não temos dois pesos e duas medidas quando criticamos algum blog corporativo por agir de maneira contrária ao que pensamos, mas quando somos nós que temos que lidar com essa parte, invertemos os nossos conceitos e nossa forma de pensar (porque afinal é o nosso que está na reta)?

Durante o debate, onde falávamos de saber lidar com os comentários dos blogs, na legitimidade da autoria de textos, da falta de credibilidade que passa ter um ghost writer escrevendo num blog de empresa, se era melhor treinar um blogueiro experiente para ter visão empresarial ou treinar um funcionário para saber blogar, escapou-nos a latente deficiência em saber lidar com a liberdade e legitimidade que há na Internet.

Dança do Siri só não é engraçado para a Globo

O telão exibia o tempo todo a LiveStream, permitindo a interação de quem não estava no debate e acompanhamento por parte de quem estava sobre sua repercussão. Após uma brincadeira do Edney, que enviou uma mensagem-jabá com o texto “blogs corporativos é com a blogcontent.com.br“, aconteceu uma revolução, com várias pessoas replicando o texto do Ney (praticamente um meme) e outras aproveitando o embalo para fazer seu próprio jabá. Claro que tudo não passou de uma brincadeira (como as emboscadas da trupe do Pânico com a dancinha do siri nas concorrentes), afinal não havia nenhum cliente que pudesse “comprar” a idéia e estivesse vendo o telão. Mas o Gil não gostou, criticou e a Lúcia emendou no final da apresentação chamando-os de moleques. Ao emitir a minha opinião de que se tratava de liberdade e que tinha-se que aprender a lidar com isso, contrariei, obviamente, e a discussão acabou ficando “acalorada” por demais.

Me limitei ontem a refletir sobre o assunto e evitei falar sobre isso enquanto estava de cabeça quente, justamente para não cometer o mesmo erro que cometi com a organização do evento ao acusá-los precocemente de censura, mas hoje eu puder perceber que não foi um engano meu. Realmente não sabemos lidar com tudo isso que está acontecendo e enfiamos os pés pelas mãos em muitos momentos. Mesmo nós, que supostamente podemos ajudar as empresas a entrarem no mundo dos blogs, que supostamente temos o equilí­brio necessário para guiá-los sem desespero dentro desse caos que é a Internet.

Em minha modesta opinião, esse é o momento em que devemos refletir e compartilhar nossos pensamentos sobre nossa própria postura, estabelecer conversas mais objetivas e produtivas especialmente nesse tema (obviamente para quem tem interesse em seguir nesse trabalho de ‘evangelização’ das empresas e consultoria para blogs), para não cairmos em contradição quando conflitam nossos interesses, sejam eles comerciais ou não.

Quer bater um papo? Pode me chamar em qualquer momento.

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