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A gente aumenta, mas não inventa? Mesmo?

A imprensa dita “tradicional” não aprende mesmo. Foi muito bem dito por um amigo meu há alguns minutos, que é muito mais fácil ensinar técnicas de jornalismo a um blogueiro que fazer um jornalista entender o modus operandi dos blogs.

Na pressa de criar pautas e escrever assuntos que despertem interesse do seu leitor, muitas vezes o jornalista se enrola nas palavras e acaba acontecendo o que aconteceu nessa historinha que vou lhes contar.

Uma pequena história sobre responsabilidade editorial

Durante o Campus Party, três amigos são entrevistados para uma matéria e o seguinte diálogo se segue (mais ou menos assim, segundo me relataram os três):

– O que vocês acham dessa proibição (durante o Campus Party) de bebida alcoólica, cigarro e sexo (sic!)?

– Olha, aqui só tem adultos, certo? Se tiver que acontecer, vai acontecer e ninguém vai conseguir impedir ou sequer ficar sabendo.

Após a compilação das entrevistas e escrever a matéria, reparem na legenda que foi publicada junto í  foto dos 3 amigos (2 deles comprometidos). A imagem abaixo foi fornecida por um dos três rapazes e me foi autorizado publicar a versão deles no blog.

Folha Online : print screen de matéria

Transcrevo-lhes: “foram atrás de mulheres”. De acordo com a fração do diálogo acima, você, blogueiro (desconsidere que fosse amigo deles e esse tipo de “brincadeira” fosse aceitável em seu cí­rculo), faria essa legenda? Pois o editor aprovou a matéria e ela foi ao ar desse jeito.

Folha Online : print screen de matériaUm dos amigos, Erick Xavier, ao notar que a informação saiu completamente distorcida, entrou em contato imediatamente com seu advogado e com a Folha, solicitando a retirada de sua foto, sob alegação de falta com a verdade. Algum tempo depois, não só a foto foi retirada como a legenda foi alterada para algo mais condizente com a verdade. Perceba na imagem ao lado a diferença. Sutil, não? Quase imperceptí­vel.

Agora onde está todo aquele papo da isenção jornalí­stica, ética, responsabilidade com o conteúdo, o público e a verdade? Como ficam os ataques í  blogosfera que utilizam esses argumentos vazios e tão contraditórios que a própria classe não segue í  risca? Faça o que eu digo, não faça o que eu faço …

O texto da matéria está nesse endereço aqui (preciso dizer que com nofollow?), caso você queira conferir integralmente e acompanhar quanto tempo fica no ar (ou por mais quanto tempo essa foto irá ilustrá-la).

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